Sabe quando a gente muda de casa? Empacota tudo, copo por copo, guarda
as roupas numa mala grande como se fosse viajar demoradamente,
protege o que se gosta, livra-se do que a gente não quer mais.
Há todo o processo de encaixotar cada peça, cada lembrança, cada
quadro fora da parede e por fim um espaço vazio.
Aí está um momento a ser lembrado. O espaço vazio da sala, da cozinha
, dos armários. A vida foi com cada xícara para dentro de uma caixa. E
a gente fica com o corpo tranqüilo, com sensação de alívio, de dever
cumprido, passando as mãos pelas paredes querendo talvez arrancar uma
última memória em forma de lagartixa.
Não sei exatamente o que há comigo, mas hoje sinto que mudei de casa.
Mudei meus móveis, tirei meus pratos e talheres e estou pronta para
recomeçar.
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Malas prontas
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