quarta-feira, 9 de março de 2011

Enjoo de gente



Já teve raiva de gente? Mas muuuita raiva? Será que isso é coisa de gente psicótica? Preciso lembrar de perguntar pra alguém sério sobre isso e esqueço...ou quero de uma vez por todas que me convencer de que isso é normal, ainda mais vindo de gente do meu tipo.

Aliás, que categoria de gente que não aguenta gente? Eu! Explico. Há dias que conversar com algumas pessoas é complicado...beirando algo como sacrifício, parece piada sem graça, disco arranhado, café sem açúcar...dança sem par (valei-me Cazuza!) Então tem dias que acordo meio Dunga, meio com a calça jeans amarrada na cara e acho que poderia ser bem como aquele clip da Lily Allen..fuck you...que ela vai esticando e escolachando com as coisas que vê. Claro, não ia fazer nada de grave, mesmo porque nesses dias, o que eu mereceia era só ficar em casa. Porque fico com raiva, mas não é com todo mundo, minha raiva é nojenta e seletiva. Vc sim, vc não, vc...o que tá fazendo aí?

Penso no Taxi Driver, num Dia de Fúria e fico imaginando como poderia transformar isso em algo positivo ou minimamente divertido pra mim. Não achei a resposta porque sou meio ordinária nesses sentimentos. Porque sinto e ao mesmo tempo me dá dó de ser ruim, sabe como? Aí converso um pouco, dou risada baixa...pra não dar bandeira pra minha porção Darth Vaider não notar. Eu vejo que tem gente assim, que até tenta não gostar e até é engraçado ver que o mau humor delas pertence aquela fase primária...quase amadora. Aí rio. Porque profissional assim só meus irmãos que aperfeiçoaram e muito a técnica. Aquele mau humor que chega e impoem respeito, que não deixa ninguém fazer uma piadinha ou burburinho por perto...e o medo se instala. Eu na verdade já fui mais Jedi. Hoje sinto dó de ficar assim, tão raivosa. Me dá dó, mas fico, xingo dentro da minha cabeça, fico imaginando como seria se eu simplesmente chutasse a porta e mandasse todo mundo se catar....e cantasse Lily Allen....que coisa triste. Quem pensa nisso quando tá com raiva de verdade?

Aí lembro da Clarice Lispector que falava que o que sentia , às vezes, não era raiva , era enjoo de gente. É bem isso. Hoje acordei com enjoo de gente...de 'algumas gentes'..mas também, já passou.

terça-feira, 8 de março de 2011

Cisne Negro



Assisti ontem Cisne Negro e fiquei pensando se a vida toda a gente não fica sendo cisne branco...morrendo a cada tantinho, ou cisne negro...querendo que o resto morra. E dá uma tristeza não?! Pois minha irmã disse que talvez, se a gente pensasse menos, viajasse menos na maionese, as coisas talvez fossem menos obscuras. A gente tem mania de querer entender, percebeu?

Não sei se isso é coisa exclusiva de mulher, mas homem, a que me consta, enlouquece por outras coisas. Mulher tem essa fixação parece de querer resolver o que está perdido, obscuro. E ás vezes pra complicar as coisas nasceram assim...complicadas e obscuras, porque essa é a natureza delas e ponto. Mas fica complicado entender. Como é que não se muda?

Devem ter milhares de análises sobre o filme...imagino, estudos sobre esquizofrenia, relações doentias, não entendimento do real e por aí afora. Mas o que realmente pega é a sensação de uma hora ser normal e outra de ver crescer penas negras em vc. Todo mundo já sentiu isso?! Não lembro se foram penas, e nem sei sei se eram de cisne (claro, porque de galinha seria o fim), mas há momentos em que a gente é esse tal cisne negro. Essa raiva do mundo essa coisa furiosa, que quer passar por tudo, de desprender e por fim...ser.

Enquanto isso o outro lado, branco e fofo, a espera de um milagre, fica ali, levinho, flutuando de um lado a outro, até levar uma invertida do mundo! No fim de tudo somos metades.