terça-feira, 2 de outubro de 2012

Vapor




Aos poucos sai de mim, desintegra, desinfeta.
E minha mente recomeça num imenso mar,
daqueles que só navegam os derrotados.
Um ponto.
Viro a minha página sem música de fundo,
 me desolo, queria.
Irrevogavelmente estou de volta a meu mundo,
sem temor arranco as veias secas.
Há nesse momento um silêncio absoluto em mim.
Exatamente como aquele que precede as tempestades.
O recomeço, a costura no peito, faço pontos pequenos,
Isolo na sala a mente faminta, apresento-lhe o vapor
Das lembranças dissolvidas
Tudo suspira, esvai, queima.
Lembro que vim do fogo
Transbordo em mim e recomeço.

3 comentários:

Anônimo disse...

" Isolo na sala a mente faminta ". Intenso o poema. Amei!

CIRANDELA MULTICOLORIDA disse...

fuuuuuuuuuuuuuusssssssshhhhhhh!Pelamor!

AZ disse...

E como já cantava o Ivan Lins antes da gente ter nascido...
"Vai valer a pena ter amanhecido
Ter me rebelado, ter me debatido
Ter me machucado, ter sobrevivido
Ter virado a mesa, ter me conhecido
Ter virado o barco, ter me socorrido""