quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Na cova dos leões

Hoje acordei e cantei inteira uma música antiga. Do nada, abri o bocão e cantei no meio da cozinha. Me deu uma saudade de não sei que. Terminei, dei risada e acabei de fazer umas almofadas que levavam os rostos da Frida e da Clarice. "Eu sou a desconstrução" e na outra "Viver ultrapassa qualquer entendimento".
Passou o dia, esqueci.
Agora lembrei e fui ver o nome da música que havia esquecido. "Daniel na cova dos leões" do Legião Urbana! Oi?!Perfeita!

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo.
De amargo, então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve,
Forte, cego e tenso, fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.

Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante.
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa a ser o meu instante.
E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão.
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
E eu sei que a tua correnteza não tem direção.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque não vemos

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Da série: diversão garantida ou seu dinheiro de volta

Domingo à noite com o caçula:

- Olha mãe, vou te fazer uns desenhos...
- Tranquilo (mexendo no computador e ouvindo tv...ver desenho é ficha)

-Olha aqui!
-Hmmm
- O ML, Menino Lobo
-Aquilo ali são as unhas?
- Isso.
- A unha é curvada pra baixo
- É mesmo, vou mexer
(tempinho depois)
- Olha aqui o HC
- HC?
- Homem Casa!
- Hmmmm, esse é novo, e o que ele faz?
- Usa as bugigangas da casa pra se defender
- Pensei que ele prendia os bandidos na suíte da casa
- Não mãe, a arma dele é o pinheirinho de Natal
(silêncio)
- Acho que a gente deveria ir dormir.
- É, tá bom também.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Minha nada mole vida

Na concessionária:

Vendedor: - Bom dia!
Marido: -Bom dia!
Eu:- Opa

V: Vieram ver um carro?
M: É estamos procurando
Eu: pensei num camelo...tem?)

Fomos andando em direção a um carro..
V: Esse tá ótimo...
M: Ah é?
E: (todos estão...ruim aqui só eu)

V: Novo, 2007, dono único
M: Porta-malas grande, banco de couro
E: Tem ABS?

V:(com cara de como assim abs?)
M:(com cara de como assim vc sabe o que é ABS?)
E:Sim, porque se não tiver ABS nem adiante...

V: Tem sim, tem sim
M: ABS....
E: Air bags?

V: (já vermelho e olhando pro meu marido com cara de...quem manda na casa mesmo?)
M: Gostei dos tapetes....
E: O Motor é o que? 1.6....

V: (ainda vermelho): é sim, os tapetes estão novos
M: (aquela do abs ainda não passou)
E: Financia?

V: Opa, claro!
M: Passo mais tarde com meu pai para darmos uma volta
(Os dois se entrolham e quase conseigo ouvir "ela não sabe dirigir ainda ahahaha, conseguimos")
E: Vamos conversar e voltamos

No carro velho:
M: Desde quando vc sabe que é ABS?
E: Desde meu confinamento na auto-escola nas 45 horas de aulas.
Silêncio....

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Lembrada

Eu queria ser lembrada pela minha habilidade de achar graça nas coisas mais simples, de não saber amar, e ainda assim parecer sincera entre as mentiras. Com aquele vestido florido. A cabeleira desordenada, o quente do sol. Queria estar onde está aquilo que não se esquece, não se lamenta. Cantando uma música estranha e rodopiando feito liberta. Eu que já quis ser lembrada como passarinho, figura encantada, hoje me contento em vagar pelos teus sonhos como uma diaba.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sobre o mundo ser fake e outras bizarrices

Nunca esqueço de quando o *frisson da internet começou. Olha a conversa de tia...mas recordar é viver, é não?! Pois lembro de quando algumas amigas começaram a conhecer uns caras pela internet. Das primeiras paqueras, dos tocos homéricos que viraram matéria do jornal na tv. Pobres donzelas desavisadas e com pouca prática virtual caiam nas garras de charlatões cibernéticos cheios de manhas, shifts e reticências. A história era a mesma sempre. O cara, um feioso que não pegava nem papel na ventania, se passava por bonitão da hora e engambelava a mariposa, tirava dinheiro, dignidade e otras cositas mas. Tudo por conta de incansáveis conversas pela internet. No mundo virtual ele tudo podia. Ter cabelo? ok. Olhos azuis? ok. Dinheiro? ok. Dignidade? Em falta.
O tempo passou, e não somente as mocinhas como o sistema solar ficaram bem mais espertinhos e agora querem ir à forra e dar o truque também. Todo mundo quer seu lugar no paraíso. Nem que isso renda mil retoques na foto de cinco anos atrás para colocar no pefil. No mural só as melhores festas, as melhores caras, companhias (virtuais), ninguém pode nem competir com uma vida tão absolut...te mete? Mas tirando tudo isso, essa gana de ser..quem pode mais que um perfil fake? Nem Batman pode.
O que começo a duvidar de verdade é se esse fake do face ou de outras janelinhas na internet representam de fato alguém também fake ou é só diversão. "Me joguem aos lobos que voltarei chefe da matilha" ????Ahahahah tá de brincadeira comigo. Acho de verdade que boa parte desse comportamento fake é de gente fake, que não existe, sabe como?
Gente que ...sei lá, tem uma vida tão mais ou menos que resolve se achar na rede. Mas isso não é jacu demais? E já reparou quanta gente faz isso? Coisa como: "tenho três vidas; a minha, a que os outros falam...e a terceira"...esqueci. Mas quem é a celebridade mesmo?! Não aguento. Olho, mas não acredito. Ser fake é moda, virou o play dos adultos sem graça. Se a esfinge tivesse um perfil...certeza, já teria devorado uns trocentos.

FicaDica (ótemo): nem todo relacionamento pela internet nasceu fadado ao Photoshop...existe vida e sentimentos, além mouse, é saber procurar (ou não).

*Frisson: vuco-vuco, gentarada comentando, coisa da moda, outrora o mesmo que ' da hora'.

ctrl+alt+del ...reinicia porque do jeito que tá, não dá.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Ciclos





Hoje de manhã parecia um dia diferente. Ouvi sobre fé e de como nos parecemos com sementes. Ouvi teu choro ao meu lado, tão sincero.





Recomeço exatamente na primavera quando as flores reiniciam seu ciclo e por algum motivo também desejo recomeçar o meu.





Quando temos algumas iminências, reparamos melhor, escutamos mais adiante e nos salta os olhos algumas cores. O amor plana suave e vem como um perfume. Sou toda ouvidos, veias e vento. Vento não. Me sinto terrena, olhando nos olhos do impossível como disse Jeneci.





Sinto o entardecer lento, sinto o sol no meu pescoço, o frio no fim de tarde, quando também recebo uma enxurrada de lembranças.





Minha alma sabe, preciso entender logo, que outros ciclos me aguardam, que outro lado meu já calou porque hoje desejo o despertar.





Sou inteira uma pergunta. Interrogação e vontade e poucas respostas, mas lindas e sinceras que observo enquanto dormem todas as manhãs. São duas pequena resposta e uma exclamação, e nos encontramos todos ao meio-dia, quando dividimos risadas e e pirê de batata.










"quem me diz da estrada que não acaba onde termina...."





sexta-feira, 27 de maio de 2011

Como minotauro



Olha o que achei de milênios atrás..o que prova que a perturbação já existe neste ser há anos (rs)



"Esta noite sonhei que beijava tua boca com tanta força que acordei sorrindo e palitando os dentes como um minotauro...acho que te engoli!"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Valei-me, Dona Benta!!!!!


Cozinhar para algumas mulheres é como comandar uma orquestra, ou simplesmente respirar. Basta estar na cozinha que tudo já ganha vida e movimento...entenda-se, não falo da carne ganhar vida (cruzes), mas falo das coisas, dos cheiros, das misturas, tudo caminha num compasso de uma música clássica.
Outras...essas que pertencem ao meu time e fariam qualquer mãe se esconder dentro do forno de vergonha, são um verdadeiro vexame...um Bulls on parade...esqueça os violinos! Mas o caso é que eu sou mãe e mães geralmente sabem o que fazer na cozinha. Ponto e uma baita vírgula, deveriam. Eu sempre dei uma enganada básica na galera e às vezes quando vejo que estão sofrendo muito proponho um almoço no shopping. Acho que no fundo eles são tipo equipe da SWAT...um especialista em bombas, outros em escaladas, outro em piadas e eu...bom a mãe, é a empresária, vá lá.
O fato é que não tenho preguiça, acho que eles merecem algo bacana pra comer e melhor ainda se não tiver nem queimado, nem vencido. Comprei o livro de receitas da Dona Benta, a bíblia da mulher moderna e das amigas também. Gente tem de tudo lá...não venci ler as 700 páginas, tô na Gênese ainda! O fato é que dá pra entender como gente que não manja nada de cozinha como eu, pode se dar bem uma vez na vida, arrasando no cardápio ou só dando uma variada. Exagero meu, heim. Faço salpicão, strogonnof, arroz, picadinho, madalena e mais umas 3 coisinhas...na verdade o que sei fazer não passa da semana...aí repito, tento inventar. Tento.
Mas com o livro da Dona Benta tudo vai mudar nessa minha vida de pilota aprendiz de fogão (alias acho que não dirijo bem o fogão porque também não sei dirigir carro...tem a ver?). Bom, o fato é que ele, o livro, ficou ali no cantinho alguns dias, pra fazer reconhecimento da casa, porque se falasse ia logo de cara me perguntar por que mesmo eu não tenho baixelas duralex? E eu ia fazer minha melhor cara de pastel.
Enfim, hoje tinha peixe na geladeira. Meu marido comprou porque ele também acredita no meu potencial ...ou não tem absolutamente noção de quem sou eu. Lá pelas 11 horas estava eu imaginando o que fazer para o almoço quando lembrei do peixe descongelado, fresco. Olhei pro pacote e pensei: “Que lindo, macio...e se faço um serviço e detono o peixe?”. Foi nesse momento que me dei conta que Dona Benta em pessoa me olhava com as mãos na cintura logo atrás de mim. Gelei.
Peguei o pacote coloquei na pia e abri o livro que leva o nome dela. Página dos peixes...preparo...vamos nós. Ela só deu uma suspirada como quem diz: Vc consegue!
Pois bem, se ela que é ela disse, o que posso fazer é tentar (psicose pura). Separei os ingredientes e mãos à obra. Tudo certo até chegar a hora de fritar os pedacinhos empanados...o óleo olhou pra mim e senti um respinguinho no braço. Coloquei meu moleton e estiquei as mangas, quando coloquei o primeiro pedaço foi quase uma música. Esperei, tirei, sequei e experimentei. A Isa experimentou junto e nós duas nos abraçamos: “Que delícia!” e acho que ouvi um... “Graças a Deus, finalmente!”. Mas ela jamais feriria meus sentimentos.
E tudo caminhava bem até mais gente chegar e me pegar lutando com a espátula e a panela com óleo quente.
- Nossa, o que tá acontecendo?
- Tô aqui fazendo o peixe, olha que beleza
- Ué, achei que ia fazer no forno
- Como assim no forno? Eu sou por acaso mulher de forno?
- OI? Deixa que eu termino isso pra você.

Valeu, Benta!!!!
O próximo será no forno, certeza.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Ganhei?!


Editora divulga resultado de ação
cultural “Primavera, tempo de descobertas”

Dani Valiente, de Foz do Iguaçu, é a ganhadora de uma coleção de livros
de ficção da Primavera Editorial. A ação de marketing cultural “Primavera, tempo de
descobertas” propôs aos leitores que criassem uma frase sobre o tema.

São Paulo, 11 de maio de 2011 – “Há um tempo para plantar, outro para colher; para esperar e para partir. Mas, há um tempo perene para aprender e renascer... como a Primavera.” Com essa frase, Dani Valiente venceu a ação de marketing cultural “Primavera, tempo de descobertas”, da Primavera Editorial. A leitora disputou o prêmio com mais de 200 brasileiros que enviaram frases e reflexões sobre o tema proposto pela editora. Leitora eclética, Dani tem 36 anos e atua no jornal Gazeta do Iguaçu. “Costumo dizer que leio tudo o que cai na rede! Gosto de romances de Isabel Allende e José Saramago a obras de Clarice Lispector”, afirma a ganhadora.

Dani Valiente ganhou uma coleção formada pelos títulos: La llorona (Marcela Serrano, Chile); 31 profissão solteira (Claudia Aldana, Chile); Solstício de verão (Edna Bugni,Brasil); A décima sinfonia (Joseph Gelinek, Espanha); As duas faces da abóbora (Caco Porto, Brasil); Há muito o que contar...aqui (Alison Louise Kennedy, Escócia); O véu (Luis Eduardo Matta, Brasil); Trilogia Kalixti (Pedro Térron, Espanha); O anel que tu me deste: o casamento no divã (Lidia R. Aratangy, Brasil): Terapeuta de Deus: lições de um paciente inesperado (dr. Michael Adamse, Estados Unidos); Livro dos Avós: na casa dos avós é sempre domingo? (Lidia R. Aratangy e Leonardo Posternak, Brasil).

Primavera Editorial
Alinhada ao conceito de “butique de livros”, a Primavera Editorial adota como proposta associar a leitura ao entretenimento e lazer qualificado – assim como o cinema, teatro e artes plásticas. Criada na primavera de 2008, a editora possui um catálogo peculiar, composto por obras de autores nacionais e estrangeiros que têm por linha mestra a produção de uma literatura moderna e de qualidade ímpar, que evoca hábitos e costumes de diferentes povos e
épocas; uma literatura instigante e criativa, que se transforma em uma maneira lúdica e pouco
convencional de entender melhor a influência das culturas na formação dos povos.

O portfólio da editora é composto por títulos de FICÇÃO que oferecem aos leitores a possibilidade de viver emoções que não fazem parte do enredo cotidiano. No selo BIZ, o
destaque recai para obras relevantes para a gestão de negócios e que oferecem aos leitores
a possibilidade de inovar, repensar e alavancar resultados corporativos. O selo EDU – uma
alusão à palavra inglesa education, associada à educação continuada – investe na publicação
de obras de não ficção que oferecem aos leitores possibilidades de reflexão, aprendizado
e aplicação de conceitos. Com o selo PSI, a Primavera Editorial lança obras técnicas que
oferecem aos leitores das áreas de psicologia e psicanálise a possibilidade de crescimento,
reflexão e aprendizado continuado.

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Olha que coisa! Fiquei surpresa e feliz. A última coisa que ganhei foi um par de meias azuis num bingo na quarta série....kkkk ainda bem que a gente envelhece!

sábado, 7 de maio de 2011

Sobre o amor



Assisti o filme “ ABC do Amor”, alguém já viu?! Fofo, sincero e absolutamente verdadeiro. Meu companheiro da poltrona ao lado foi o guri de 9 anos, que a cada 5 minutos fazia um comentário e perguntas, estilo Arnaldo Coelho, mas era porque o mocinho da história tinha quase a mesma idade dele; 10 anos.
Depois de algum tempo vendo filmes de chorar até cair os olhos, assistir esse, foi um alívio, uma delícia. Trata-se de um menino que se apaixona por uma menina de 11 anos. O primeiro amor! Que coisa mais linda é se apaixonar pela primeira vez.

-Vc lembra, mãe?
-Como assim? Nem faz tanto tempo assim...o que uns 20 e poucos anos...
-Mas vc já estava com uns 15 anos quando se apaixonou?
-Não...quando gostei de um menino de verdade já era maior, antes disso achava eles esquisitos e com cheiro estranho.

Mais uma pausa. O menino do filme fica bobo, perde a direção, tropeça na rua, cai ...por estar distraído, com essas coisas do amor.

- Amor deixa a gente assim?
- Às vezes pior
- Nossa, mas tem gente que gosta ficar assim?
- A gente não escolhe, só fica
- E vc já ficou?
- Já rolei de escadas e sobrevivi

Os dois passeiam pelo parque, correm juntos, se divertem...

- Mãe, mas vc lembra?
- Lembro
- E foi legal assim?
-Sempre é legal se apaixonar..ainda mais quando a gente é pequeno
- E vai acontecer comigo?
- Tomara que sim. (Respondi e me deu um frio na barriga...imaginou essa criancinha se apaixonando pela primeira vez? Vou reler “ Criando meninos”. Mas a verdade é que um dia..um dia todo mundo se apaixona).

Terminando o filme, o menino se declara e não dá certo porque a menina o vê como amigo e nem sabe ainda o que é se apaixonar.

- Mas que coisa mais triste, né?
- Nem foi triste, foi bonito
- Mas e daí o que vem depois?
- Depois é vc quem decide, daí já é outro filme.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Casamento Real


“Acordei mais cedo só pra ver o casamento do príncipe Wiliam e da Lady Kate”. OI? Mas já foi? Dormi. O comentário acima não foi meu, foi ouvido apenas. Confesso sem a menor vergonha na cara que ao invés de estar tinindo em frente à TV às sete da matina, dormi. E o pior...nem os melhores momentos no jornal do meio dia eu peguei.
Não é descaso com a história nem nada, mas essa coisa toda, pra mim, já deu. Já assisti quando a Lady Diana casou-se, acompanhei a história da plebéia que casou-se com o príncipe que...não era uma beleza e mais tarde provou que além de feio, nem gostava dela. Era bem criança, mas achava inacreditável aquilo tudo. Desde cedo, era como ver o homem pisando na lua (calma, nasci bem depois viu). Mas era legal, porque era histórico...sei lá como abrir uma enciclopédia Larousse (alguém lembra?) e ver a fotinho dos dois e da Rainha Elizabeth e por fim ver que isso de algum jeito nos conecta à história.
Hoje, depois de ter visto tanta sandice no mundo, me dei uma folga e fui viver minha vidinha. Ontem já achei uma bobagem a história das noivas estarem ansiosas por verem o vestido da tal princesa, pois fariam os seus iguais! Oi? Maturidade de um porquinho da índia. Case, mas não vire uma anta, faz o favor. Ou vai morar no palácio?
Tava falando que rolou uma matéria sobre o desejo feminino de se parecer com ela...como assim? Cê nasceu na Inglaterra e é bonita daquele jeito? É namorada do Eike Batista? Então só lamento e fica de boa. O povo comprando a réplica do anel de noivado por R$1,00! Caneca, camiseta, chaveiro, bóton, bonequinhos, pantufas..(lembrei da minha madrinha que tem um pratinho com a carinha do Carol Voitila na cozinha, mas o cara foi Papa, viu a diferença?)....e “os presentes serão todos doados a instituições de caridade”...Nossa, quanta bondade de um bando de gente que não faz lhufas, vive de renda e tem o mundo achando tudo isso lindo.
E o psiquiatra constrangido falando sobre o porque das pessoas sentirem tanta curiosidade em relação ao casamento real, tenta explicar: “é que as pessoas querem se identificar. Quem não gostaria de se casar com príncipe ou princesa? Ter o casamento ideal?” (Não parece discurso da mãe do Encantado, aquele principe besta do Shrek?). Quero ver quem casa com o irmão feio do Will, o Harry, aquele maluquete que vai fantasiado de Hitler nas festas à fantasia.
Não sou assim sempre. Mas é que dá nos nervos. Curto casamentos, mas o que me preocupa é que as pessoas não se questionam sobre as coisas, sobre as coisas reais, do cotidiano, e é por isso que súditos sempre vão existir. De qualquer forma já fiz minha parte, ou melhor minha ‘não parte’. Tô pensando em mandar um telegrama (usa ainda telegrama?): “Felicidades ao casal. Will e Kate lamento mas não rolou. A Isa estava na escola e o Chris trabalhando.”
Fui.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Enjoo de gente



Já teve raiva de gente? Mas muuuita raiva? Será que isso é coisa de gente psicótica? Preciso lembrar de perguntar pra alguém sério sobre isso e esqueço...ou quero de uma vez por todas que me convencer de que isso é normal, ainda mais vindo de gente do meu tipo.

Aliás, que categoria de gente que não aguenta gente? Eu! Explico. Há dias que conversar com algumas pessoas é complicado...beirando algo como sacrifício, parece piada sem graça, disco arranhado, café sem açúcar...dança sem par (valei-me Cazuza!) Então tem dias que acordo meio Dunga, meio com a calça jeans amarrada na cara e acho que poderia ser bem como aquele clip da Lily Allen..fuck you...que ela vai esticando e escolachando com as coisas que vê. Claro, não ia fazer nada de grave, mesmo porque nesses dias, o que eu mereceia era só ficar em casa. Porque fico com raiva, mas não é com todo mundo, minha raiva é nojenta e seletiva. Vc sim, vc não, vc...o que tá fazendo aí?

Penso no Taxi Driver, num Dia de Fúria e fico imaginando como poderia transformar isso em algo positivo ou minimamente divertido pra mim. Não achei a resposta porque sou meio ordinária nesses sentimentos. Porque sinto e ao mesmo tempo me dá dó de ser ruim, sabe como? Aí converso um pouco, dou risada baixa...pra não dar bandeira pra minha porção Darth Vaider não notar. Eu vejo que tem gente assim, que até tenta não gostar e até é engraçado ver que o mau humor delas pertence aquela fase primária...quase amadora. Aí rio. Porque profissional assim só meus irmãos que aperfeiçoaram e muito a técnica. Aquele mau humor que chega e impoem respeito, que não deixa ninguém fazer uma piadinha ou burburinho por perto...e o medo se instala. Eu na verdade já fui mais Jedi. Hoje sinto dó de ficar assim, tão raivosa. Me dá dó, mas fico, xingo dentro da minha cabeça, fico imaginando como seria se eu simplesmente chutasse a porta e mandasse todo mundo se catar....e cantasse Lily Allen....que coisa triste. Quem pensa nisso quando tá com raiva de verdade?

Aí lembro da Clarice Lispector que falava que o que sentia , às vezes, não era raiva , era enjoo de gente. É bem isso. Hoje acordei com enjoo de gente...de 'algumas gentes'..mas também, já passou.

terça-feira, 8 de março de 2011

Cisne Negro



Assisti ontem Cisne Negro e fiquei pensando se a vida toda a gente não fica sendo cisne branco...morrendo a cada tantinho, ou cisne negro...querendo que o resto morra. E dá uma tristeza não?! Pois minha irmã disse que talvez, se a gente pensasse menos, viajasse menos na maionese, as coisas talvez fossem menos obscuras. A gente tem mania de querer entender, percebeu?

Não sei se isso é coisa exclusiva de mulher, mas homem, a que me consta, enlouquece por outras coisas. Mulher tem essa fixação parece de querer resolver o que está perdido, obscuro. E ás vezes pra complicar as coisas nasceram assim...complicadas e obscuras, porque essa é a natureza delas e ponto. Mas fica complicado entender. Como é que não se muda?

Devem ter milhares de análises sobre o filme...imagino, estudos sobre esquizofrenia, relações doentias, não entendimento do real e por aí afora. Mas o que realmente pega é a sensação de uma hora ser normal e outra de ver crescer penas negras em vc. Todo mundo já sentiu isso?! Não lembro se foram penas, e nem sei sei se eram de cisne (claro, porque de galinha seria o fim), mas há momentos em que a gente é esse tal cisne negro. Essa raiva do mundo essa coisa furiosa, que quer passar por tudo, de desprender e por fim...ser.

Enquanto isso o outro lado, branco e fofo, a espera de um milagre, fica ali, levinho, flutuando de um lado a outro, até levar uma invertida do mundo! No fim de tudo somos metades.