quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Bicho

Eu tava tentando caclcular esses dias que tipo de bicho eu seria.
Do tipo nervoso, inquieto, do tipo domesticado. Com bico, pelos, penas, garras, escamas, gueuras, atenta, lerda, com patas, nadadeiras, rabo, não consegui pensar num só bicho.

Acho que seria apenas faminta.

Talvez um par de asas também não me fizessem mal.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

As imensas razões do querer


Quando a gente quer bem a alguém não significa que estamos dando cartão verde para o nosso coração. Queremos bem por um motivo ou outro, alguém que nos faz dar risada, alguém que é suave como um perfume ou absurdamente agitado para seu dia..A gente quer bem pouca gente. Seja amigo, familiar, aquele mocinho da padaria, aquele bom dia que se escuta solitário no começo dia. A gente não mede na verdade quando se quer bem. A gente pede somente pra continuar ali, onde cada coisa está. E pede, claro, para que elas sejam sempre boas. Que o bom dia sempre venha com um sorriso, que o “até mais” venha com a esperança real de encontrar no outro dia, e que o coração entenda, assim como a mente, que querer bem é querer mais uma vez, é não deixar de ter. mas é difícil explicar porque na verdade o coração parece aquele menino que tenho em casa de 8 anos de idade, e pra ele, amar é se jogar em cima, abraçar até fazer barulhinho e negar isso, um dia que seja é quase um crime federal.
Mas a via de regra a gente não escolhe a quem quer bem. É só experimentar. Você ama a tia do cafezinho? No máximo gosta, quer bem, mas não é um QUUEEER bem. Teu chefe...passável. Mas o maior problema está quando a gente quer bem alguém que não se deveria querer bem, ainda mais uma moça tão comportada como eu.
Esse tipo de gente é que me intriga, me tira o sono. Pois são pessoas que vieram, permaneceram e parecem ter tirado algumas cópias das chaves do coração. E agora entram e saem com uma facilidade de condomínio. Essas pessoas nos inspiram a querer de novo, mais e melhor. Mas não estão sempre, porque conforme já falei, elas circulam pela gente, como gente sem dono, sem documento, sem CPF. E vem e vão, e nos deixam sem a gente saber que não estão mais ali, bem acomodadas dentro da gente. Para esse tipo de gente, querer bem é quase uma história. Porque o querer, muitas vezes é poder, mas nessas, e para essas não. Querer, é olhar de longe, é admirar a risada, é achar graça escondido para que ninguém note. E por elas irem e virem, é preciso uma certa dose de paciência para entender. Porque afinal de contas querer nem tem significado, quem diria morada certa.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

As minhas impressões do mundo sem serotonina




Eu não fumo mais. Também não bebo muito, adorava ficar tonta no início do final de semana, beber com um ou dois amigos, nada grave. Mas não bebo, não fumo e hoje não tenho mais serotoninna. Meu corpo parece ter abdicado dessa tal substância que traz alegria e razão de viver. Hoje não bebo, não fumo, não tenho serotonina e também parei. Parei de andar mal acompanhada, de mascar chicletes (porque irrita o estômago e com ele irritado ninguém pode), e também continuo sem muito dinheiro. Brinco que vou acabar sobrevivendo de luz, mas no fundo é verdade. A vida sem vícios, sem manias não me parece boa coisa. Mas vamos lá, nunca fui tão alucinada, mas o que gostava mesmo era a possibilidade, a possibilidade de fazer, de poder ir além. Hoje não mais.
Hoje, não fumo, não bebo, não masco chicle, não ando com gente ruim e to quase tendo certeza que a vida de ermitã não me parece um absurdo. Não durmo demais nem de menos, levo uma vida regrada. Não compro demais, parei com isso também. Parei de achar algumas coisas, de olhar gente na rua, parei com as manias, os tiques, mas ainda pareço viva e inteira. Só não acho mais graça em algumas coisas. Muitas coisas.
Não converso como antes, acho que morri um pouco. Já era hora.